Natureza em estado puro

Queda de meteorito criou o Cerro do Jarau

19/06/2010 15:52

 

Cratera gaúcha foi queda de meteorito
Descoberta ajuda nas pesquisas geológicas sobre a origem da Terra

 

O Cerro do Jarau, no município gaúcho de Quaraí, fronteira do Brasil com o Uruguai, teve origem em um meteorito. A revelação foi feita pelo professor Alvaro Crósta e pela geóloga Fernanda Lourenço, do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, em São Paulo, e está apoiada em evidências de processos de deformações encontradas em amostras de rochas estudadas em microscópio.

Outras evidências, segundo Crósta, são feições visíveis a olho nu, chamadas de “shatter –cones”. Compostos por estruturas cônicas estriadas, os shatter cones são unicamente formados em cra­teras de impacto, pela passagem da onda de choque pelas rochas. Imagens de sensoriamento remoto obtidas por satélites também ajudaram a caracterizar essa nova cratera meteorítica.
O impacto de um meteorito de grandes dimensões libera uma quantidade de energia completamente incomum a qualquer outro tipo de processo geológico existente na Terra. No caso de Cerro do Jarau, estima-se que a quantidade liberada pelo meteorito, que teria entre 600 e 700 metros de diâmetro, tenha sido equivalente a 550 mil bombas atômicas iguais à que destruiu a cidade de Hiroshima no Japão em 1945.
 
Evoluçãogeológica
O meteorito foi capaz de provocar uma cratera, hoje já parcialmente erodida, com cerca de 13,5 quilômetros. A comprovação rendeu a produção de um artigo que integrará  edição do livro Large Meteorite Impacts IV, a ser lançado no final de março pela Sociedade Geológica da América (GSA).
O Cerro do Jarau é a terceira cratera brasileira formada em rochas basálticas (vulcânicas) e a quarta no mundo. A análise do processo de formação de crateras meteoríticas em rochas basálticas é importante para as pesquisas sobre a evolução geológica da superfície de outros corpos planetários, como a Lua e Marte, onde a presença de rochas basálticas é bastante comum, segundo Crósta.
Ele explica que são raras as exposições de rochas basálticas em grandes extensões continentais na Terra. Dentre as maiores exposições desse tipo de rocha encontram-se as da Bacia do Paraná, no Sul do Brasil, e as do Platô de Deccan, na região centro-oeste da Índia, onde também existe uma cratera meteorítica. Mas esta cratera da Índia, chamada Lonar, é pequena, relativamente jovem, e o seu interior foi preenchido por um lago, o que torna difícil o acesso?, explica.  A descoberta do professor será apresentada num encontro internacional da União Geofísica Americana (AGU), em Foz do Iguaçu (PR) em agosto.Fonte: Folha do Meio Ambiente.“Esta noticia projeta o Cerro do Jarau internacionalmente.O interesse cientifico pelo local e a comprovação aqui levantada tem um potencial que transforma a realidade .O turismo ambiental é o caminho para o desenvolvimento de nosso município.Tem que acontecer a mobilização nesse sentido” avalia Ricardo Murillo.

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