Natureza em estado puro

Sitio Arqueológico RS Q 17

19/05/2010 19:03

 

Sítio RS Q 17 Estância Velha do Jarau

O projeto SALAMANCA DO JARAU tem por objetivo ampliar o conhecimento arqueológico da região sudoeste do Rio Grande do Sul, mais especificamente da cidade de Quaraí, região da campanha gaúcha, conhecida no cenário nacional como um marco de demarcação territorial, durante o século XIX.

O projeto é desenvolvido pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas (LEPA) desde o ano de 1997, sendo um de seus principais objeto de estudo o Sítio RS Q 17 Estância Velha do Jarau.

 

Figura 1: Vista do Cerro do Jarau

 

O Sítio localiza-se na base do Cerro do Jarau, mais conhecido na história regional por ser cenário de um dos episódios de Lendas do Sul, de Simões Lopes Neto: A Salamanca do Jarau. Segundo Simões é no Cerro do Jarau que habita a teiniaguá, formosa princesa moura encantada, que vaga pala imaginação de muitos guascas até hoje.

Entre os primeiros proprietários da Estância está Maneco dos Santos Pedroso, a quem se atesta a construção das primeiras mangueiras de pedras no cerro. Segundo consta, Maneco Pedroso comandava um grupo armado destinado à defesa da fronteira, que arranchava nas cercanias do cerro e que mais tarde daria origem a Estância.

Figura 2: Vista parcial de parte da estrutura central na década de 70

 

No entanto, é a Bento Manoel Ribeiro que se atribui a fundação da Estância, por volta de 1828. Neste contexto, a fazenda é conhecida por sua riqueza e opulência, possuindo 14 léguas de campo onde Bento Manoel criava vacuns, cavalares, muares e lanígeros. Sua riqueza era motivo de discussão, sendo conhecida não apenas no Rio Grande do Sul, mas também na Banda Oriental.

Figura 3: Escavação realizada em fevereiro de 2003.

 

O outro proprietário a adquirir o Jarau é o tenente coronel Olivério Pereira, cujos descendentes recebem a Estância como herança, nos quais se incluem os atuais proprietários. O abandono da Estância Velha do Jarau ocorre por volta de 1905, em decorrência de um incêndio de origem desconhecida.

 

Figura 4 e 5: Ossos e cerâmica oriundos das intervenções arqueológicas.

As atividades arqueológicas no Jarau ocorreram em sucessivas intervenções efetivadas em 1997, 1999, 2001 e 2003. As mesmas foram coordenadas pelo arqueólogo Dr. Saul Eduardo Seiguer Milder.

Figura 6: Proporção geral da coleção, composta por 20511 artefatos

 

A cultura material oriunda das mesmas estão sendo analisadas de acordo com categorias, definidas a partir da composição material dos artefatos. Cujos resultados possibilitarão um estudo integrado ente as partes (fragmentos) e o todo (sítio).

Figura 7, 8 e 9: Metais e louças originarias do Jarau

 

Junto às atividades arqueológicas, um trabalho de educação patrimonial foi desenvolvido junto à comunidade, que passou a conhecer ativamente nossas atividades, através de visitas guiadas aos locais de escavação e palestras informativas sobre o real significado das pesquisas realizadas na região.

Figura 10: Visita guiada da comunidade ao sítio arqueológico, em fevereiro de 2003.

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